segunda-feira, 30 de julho de 2012

CONSTRUINDO COM QUALIDADE


“Subi ao monte, e trazei madeira; e edificai a casa; e dela me alegrarei, e serei glorificado, diz o Senhor.” Ag 1.8

Nossa vida, como um todo, é feita de várias construções, sejam elas físicas e visíveis, ou emocionais, intelectuais, espirituais e, portanto, invisíveis a olho nu. De uma forma ou de outra, precisamos entender como funciona e se processa uma boa construção. O profeta Ageu nos dá uma boa pista para realizarmos construções bem sucedidas e com qualidade.

I) DEVEMOS SUBIR O MONTE

Há um ditado antigo e de senso comum em que se diz que “pra descer, todo santo ajuda; pra subir é que a coisa muda”. Nota-se que subir é, logicamente, um caminho de ascensão, que vai muitas vezes contra a nossa vontade, porque entra em conflito com nosso desejo natural de acomodação, de tranquilidade.

Porém, não existe construção sem ascensão, sem subida. Subir o monte significa desenvolvimento, crescimento, sobrepujar medos e obstáculos, enfrentar desafios.

Subir o monte requer desejo, disposição, esforço e tempo para que se construa algo.

Quando decidimos subir o monte, decidimos desbravar um território estranho, desconhecido; quando decidimos subir o monte, decidimos construir algo sólido; quando decidimos subir o monte, decidimos escrever uma história.

II) DEVEMOS TRAZER MADEIRA

Ao lermos a palavra madeira no texto de Ag 1.8, a primeira impressão que temos é a de o profeta Ageu estava falando da parte lenhosa do tronco e dos galhos das árvores. Entretanto, na Bíblia Sagrada, madeira simboliza a natureza humana. O que se aprende aqui é que uma construção não é feita somente com ferro, cimento, brita e diversos outros materiais: uma construção é feita de pessoas, de gente. Gente como eu e você.

Um exemplo a ser citado é o da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré: na construção de seus 366 km de extensão, no período compreendido entre os anos de 1907 e 1912, foram utilizados 20 mil trabalhadores de 50 diferentes nacionalidades. Trabalhadores que doaram suas próprias vidas para que um projeto fosse concretizado.

René Descartes disse certa vez que “o todo é a soma das partes”; a teoria gestáltica, ou psicologia da forma, afirma que “o todo é maior que a soma das partes”; Protágoras, antigo filósofo grego, disse que “o homem é a medida de todas as coisas”. Prefiro ficar com a escrita do apóstolo Pedro: “vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual...” (1Pe 2.5). Com isso pode-se afirmar que não há construção desvinculada dos indivíduos que nela trabalham. O que é construído depende do caráter e dos escrúpulos daqueles que constroem.

III) DEVEMOS EDIFICAR A CASA

Edificar é muito mais que construir um prédio, que fundar um edifício. Edificar é induzir ao bem e à virtude. Não importa se é uma casa, um arranha-céu ou uma vida: a edificação deve ser feita da melhor forma e com o melhor propósito, mesmo que a aparência não traduza essa verdade.

Conseguimos extrair algumas lições extremamente importantes sobre a edificação de nossos projetos, de nossos sonhos.

O bambu chinês tem uma particularidade interessante: ao ser plantado no solo, não se vê absolutamente nada durante quatro anos! Nem um broto! Em todo esse tempo seu crescimento se dá de modo subterrâneo e imperceptível, quando suas raízes se expandem em várias direções, permitindo o estabelecimento da base firme que o sustentará futuramente. Mas no quinto ano ele tem a capacidade de rasgar a superfície da terra e crescer até 24 metros! Não são assim muitos de nossos planos e sonhos? Por um bom tempo, parece não acontecer nada...de repente, aquilo que projetamos acontece!

Aprendemos ainda mais com o bambu chinês:

1 – Ele se encurva nas tempestades (sabe se comportar diante das dificuldades);
2 – Ele tem raízes profundas (estabilidade);
3 – Ele vive em “comunidade” (não se vê um só bambu, mas vários; evita o isolamento);
4 – Ele não tem galhos (dispensa o que lhe impede de crescer plenamente);
5 – Ele é cheio de nós (não tem “eu”, não tem arrogância);
6 – Ele é oco (prontidão em ser cheio, em absorver, em “aprender”); e
7 – Ele cresce para o alto (excelência).

Ao concluir esta meditação, posso dizer, com toda convicção que o zelo e a dedicação com que edificamos (Ec 9.10) o que está ao nosso alcance, além de vermos o fruto de nossos sonhos sendo estabelecido diante de nossos olhos, teremos a alegria de satisfazer o bondoso coração de Deus, glorificando o Seu santo nome acima de todos os nomes.

Construa com qualidade!